Em março, publicamos um artigo sobre os primeiros efeitos do coronavírus na indústria brasileira de eventos. Nele, abordamos os reflexos das medidas de restrição na circulação e na aglomeração de pessoas em diversas produções pelo país. Desde então, uma das principais orientações do Ministério da Saúde adotada por estados e municípios para conter o avanço do coronavírus (COVID-19), continua sendo cancelar ou adiar eventos. Essas determinações já impõem prejuízos imensuráveis para o segmento. Diante desse cenário, reunimos algumas dicas para que produtores de eventos possam reduzir o impacto negativo em seus investimentos e contornar a crise.
O avanço da pandemia de COVID-19 acontece gradualmente em diversos países e um terço da população mundial está sob medidas de isolamento para combater a propagação do novo coronavírus. Por isso, é hora de planejar com base no que já está acontecendo em regiões onde a transmissão da doença encontra-se em estágios mais avançados. Enquanto grandes festivais já foram cancelados nos EUA, veja o anúncio oficial do South by Southwest (SXSW), alguns produtores europeus optaram por adiar seus eventos para o verão do continente e aguardar novas medidas e orientações do governo.
Sob a ótica de quem já investiu dinheiro para realizar a produção, o cancelamento deve ser a sua última escolha. Dessa forma, adiar o evento para o segundo semestre de 2020 tem se mostrado uma alternativa viável, mas que requer um plano B caso o futuro permaneça incerto. Em lugares onde cancelar o evento é obrigatório, produtores consideram facilitar reembolsos, oferecer generosos descontos em futuras vendas e até mesmo utilizar os ingressos já vendidos nas próximas edições de seus eventos.
Outra forma que vem sendo utilizada para reduzir as perdas no retorno sobre investimento (ROI) dos produtores é a transmissão online via live streaming. Você já deve ter percebido como o volume de lives no Instagram aumentou nas últimas semanas, não é mesmo?
Pois é, ainda assim, produzir um evento online é muito mais complexo e requer o uso de meios de suporte para uma transmissão satisfatória. O portal Sympla está antecipando a disponibilização da versão beta do Sympla Streaming, um conjunto de ferramentas para ajudar produtores a transmitir eventos para seus participantes de forma remota.
Tenha em mente que realizar um evento online é diferente de produzir sua versão “real”. Isso significa reestruturar o planejamento e a proposta do seu evento, sem tirar o foco na experiência do público. Garantir qualidade técnica na transmissão e a interação da audiência é fundamental neste contexto.
É importante ressaltar que a perspectiva de vendas para o segmento durante ao mês de abril não é promissora. Por isso, não tente vender ingressos agora. Anunciar atrações, convidados, programações e lineups também não é sensível ao momento. Ao invés disso, aproveite as próximas semanas para elaborar estratégias, estabelecer novas parcerias e ampliar know-how sobre ferramentas que agreguem valor ao seu trabalho. Tudo isso, claro, sem perder o contato com o público. Manter canais de comunicação com a sua audiência será fundamental até que tudo isso acabe.
Se você optou por adiar seu evento, pense em formas de torná-lo ainda mais acessível ao público. No futuro, abordagens menos invasivas e maneiras de flexibilizar pagamentos, por exemplo, serão recursos necessários uma vez que a crise financeira atingirá muitas pessoas e isso certamente vai gerar reflexos psicológicos em muitas delas.
Portanto, para que a crise não seja ainda maior, é preciso seguir protocolos e conscientizar as pessoas sobre as orientações sanitárias determinadas pelo Ministério de Saúde do Brasil e pela Organização Mundial da Saúde. Leia também o nosso artigo especial Coronavírus: o que é e como prevenir a COVID-19. Previna-se e, acima de tudo, mantenha a calma. Força, produção!
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